Mais um ano escolar se inicia.
Pocahontas voltou a escola uma semana antes de Bob. Com menos expectativas do que o ano passado, ela parece ter gostado da professora nova. Eu devo admitir que gosto mais da anterior, rs. Anos mais de experiência, cara de mãe, carinho e autoridade na medida certa. Os amiguinhos ela conhece todos, inclusive a melhor amiga este ano está na salinha dela.
Bob, por sua vez, estranhou a sala nova e as professoras novas. Os primeiros dias foram dramáticos. Parecia que estávamos deixando ele pra sempre. Um desespeeero só. Agarrou no meu pescoço de tal maneira que parecia que estavam levando ele pra forca, quando na verdade (obviamente) a professora só queria colocar ele na cadeirinha pra comer uns snacks e ouvir histórias de bichos (como se não fosse suficiente as que ele escuta em casa. Tá na fase dinossauro agora "cadê o meu velociraptor?"). A ida foi assim por 2 dias, até que essa semana ele decidiu que não precisava mais chorar. Pronto. Chega lá, na dele, senta. Eu faço uma atividade com ele, ganho 4 beijos (número exato que ele falou quando contou pros pais como ele fez), abraço e tchau. Hoje fui buscar ele, parecia animado. Entrou no carro, e enquanto eu ligava a chave ele dizia que agora ele não precisava mais fazer o que fez nos dois primeiros dias, pois agora ele gostava de escola. Bom saber, rs. Bom saber mesmo. Era tão ruim deixar ele lá "a força". Três vezes na semana ele vai lá socializar com as outras crianças. Acho ótimo, pq acho que ele passa muito tempo com adultos, inclusive as vezes eu acho que ele prefere brincar comigo do que com os outros gnomos da idade dele. Acho não, é quase uma certeza. E isso na minha opinião não é muito legal.
Enquanto ele estava na escola, eu fui dar uma de produtiva. Arrumei a bagunça aqui (o que não inclui meu quarto), coloquei laudry pra fazer e fui depositar um cheque e colocar no correio as chaves do apto da irmã de Bullock. Chegando aqui, comi uma torrada mais que correndo, e fui buscar o "anjo" na escola. Cheguei aqui e fui buscar o outro "anjo". A tarde correu tranquila entre snacks, arrumação de armário e brincadeiras.
Foi um dia tranquilo, graças a Deus. Não sei se pq estou mudando a maneira de encarar a minha vida aqui ou se pq foi realmente tranquilo.
*tô viciada em Masterswarm do Andrew Bird, que veio num desses cds que a Starbucks lança vez ou outra com músicas de cantores não muito conhecidos. Eles chamam de 'fresh sounds handpicked by Starbucks'. Demora, mas "cresce" na gente. No momento eu só escuto esse cd, e essa música fica no meu ouvido o dia todo. Embora a letra seja bem complexa e eu cismar que ela fala de amor quando escuto, ela não tem nada a ver com isso. Pena, rs.
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Updatiando
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Just for the record
Quando eu tiver meu cantinho, Ray Lamontagne tocará o dia inteiro. Soundtrack de mi vida! <3
O cara tá fazendo um show aqui em L.A. em Novembro! Na verdade mais de um, mas como o primeiro esgotou em menos de um dia, abriram uma nova data. O problema é que é muito perto do Thanksgiving e os Bullock-Chan vão viajar que eu sei. Mó medo de comprar e não poder ir. Mas ainda tá lá, aberto. Ainda tem ingresso. Deve ser um sinal O.o
Aiiiiiiii... *nervosinho*
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Ontem e hoje
Tenho andado tão rabugenta ultimamente...não vou dizer desde quando pq senão vou assustar quem passar por aqui, mas caraca, o que que tá acontecendo comigo? Tudo bem que final de semana eu ponho o pé fora de casa e o humor muda da água pro vinho. Tô sempre rindo, falando besteira(se não falasse não seria eu eu, claro) e having the time of my life. Mas aí o domingo a noite chega, e cá fico eu com meus pensamentos de novo, minhas divagações sobre a vida e sobre o futuro que não chegam a lugar nenhum, e outras tantas besteiras.
Minha mãe constantemente me pergunta "mas não era isso que vc queria? Viver nos EUA por um ano?". Sim, mamita, era isso mesmo que eu queria. Queria muito ser au pair mesmo, brincar e rolar com as crianças aqui, até pq eu tenho muito delas dentro de mim. No início era uma diversão só. Quando cheguei aqui, eu brincava de tudo, as idéias partiam sempre de mim, de navio pirata à princesa presa no castelo. Me fantasiava, criava fantasias, me pintava, pintava eles, fazia mil art-projects e etc. Life was good. Queria até mudar de carreira e ser professora infantil.
Mas depois de um tempo vc cansa de ser criança, pq afinal, vc não é mais uma e seus interesses são outros. É bom por um tempo, mas passa. Depois de um tempo vc começa a querer mais, ou melhor, a querer a vida que vc tinha de volta. Claro que não exatamente a mesma, mas a sua vida própria. Seu apto, seu direito de ir e vir quando quiser, seu trabalho de gente grande, seu estudo. Conversar e brincar com crianças por 9 hs seguidas não é mais tão excitante. As gracinhas que eles fazem já não são tão engraçadas pra vc, e os planos de trabalhar com menores de 12 anos se torna absurdo. Ser mãe? Nah, melhor ter um cachorro.
Essa vida aqui é um intensivão motherhood total. Não é que eu tenha deixado de gostar de criança, mas acho que isso acontece com a maioria das meninas, a gente passa a ver como trabalho (o que é triste). Na rua eu atraio criança. Acho elas lindas, queria que meus olhos tirassem fotos dos sorrisos e das cenas que eu vejo, mas quando chega muito perto e quer brincar, já vem aquele pensamento de "opa! op! tô off!". Acho que tira o "encanto", sabe? Ser mãe é coisa séria! Seja Au Pair que vc poderá ver de perto, temporariamente, como que é realmente ter filhos. Não tem como brincar, curtir e depois guardar pra brincar quando tiver vontade de novo. É um ser, vivo, que precisa mais do que ninguém da sua atenção, do seu carinho, amor e dedicação.
Todo dia eu agora visualizo o que eu poderia estar fazendo enquanto tenho que estar ali de quatro fingindo ser um urso polar ou dando mamadeira pra boneca. Viver desse jeito não está me fazendo muito bem MESMO. Eu AMO a minha família aqui, com todos os defeitos que eles tem. Não estou aqui por acaso. Não mesmo. Eles me tratam muito, muito bem. São humanos, tem seus defeitos, assim como eu, mas os admiro em muitas coisas e gosto da vida com eles...quando não estou trabalhando, rs. Mas isso pq quando os pais estão aqui, não me sinto obrigada, sabe? Me sinto a vontade.
Por tudo isso que falei acima, tenho pensado também em mudar de blog. Criar um só sobre coisas simples da vida, um blog de apreciação diária pois quem sabe assim eu volto a apreciar até os dias da semana onde mesmo não fazendo o trabalho dos meus sonhos eu ainda sim eu posso ver beleza ou pelo menos colocar um pouquinho mais de amor em qualquer coisa que eu faça.
Não tenho grandes pretenções da vida. Na verdade, nunca tive. Mas acho que as pessoas sempre esperaram muito de mim. Quando criança eu era sim uma criança muito esperta, muito curiosa, a favorita das professoras, mas sempre a menor da turma. Faladeira, eu não tinha papa na língua e era assim que eu me virava, pois sendo a menor da turma eu supostamente estaria em desvantagem com relação aos meninos ou até as meninas. Nada. Eu queria, eu tinha. Ninguém "tirava farinha" comigo. Como eu falei, eu era esperta. E eu não me importava at all com a opinião alheia. Não era mal-educada não! Pelo contrário, e fazia as coisas com classe. Conseguia as coisas com classe. Eu era pequena, mas de alguma forma eu intimidava. Tava sempre por dentro de tudo, sabia de tudo, não era de nenhum grupinho, mas ao mesmo tempo estava em todos, sabe como é? Eu sabia tudo, respondia tudo, tinha uma memória de elefante. Me interessava por tudo, e achava que podia ser boa em qualquer coisa. Na verdade eu até que conseguia realmente fazer tudo muito bem, muitas vezes melhor do que as outras crianças. Não invejava ninguém, tinha uma segurança muito grande, uma confiança em mim fora de série, e fazia pq gostava, não pra ser melhor. E não era odiada! Pelo contrário. Eu não gostava de me gabar. Não me importava com essas coisas. Eu só queria me divertir, ser feliz. Brinquei muito, caí muuuuito, briguei muito com meu irmão, tive também uns problemas, mas superei porque afinal, a vida não é feita de flores e eu tenho pra mim que além de não ser feita de flores, é uma escola em tempo integral.
Nisso, veio o Ensino Médio. Acho que foi aí que as coisas começaram a desandar. Ninguém sai ileso da adolescência. Eu saí bem capenga. No início até que estava me saindo bem. Uma amiga e eu éramos as melhores alunas da sala, sempre com as melhores notas, e não diferente do primário e ginásio, lá estava eu no grupo dos "populares". Mas é nessa altura também que começam as competições mais sérias, e o coração se volta pra coisas diferentes, aí sabe como é. São tantas coisas em jogo quando vc tem seu coração exposto, que ter ele rejeitado pode mexer em várias áreas da sua vida. E acho que foi aí que a coisa desandou. Foi um conjunto de coisas, não só isso. Mas juntou tudo e fez um estrago enorme.
Lembro que as pessoas esperavam tanto de mim. A maioria dos alunos sem saber o que fazer, o que estudar ao fim do Ensino Médio, e olhavam pra mim e diziam "A Bela não precisa se preocupar. Com as notas que ela tem ela pode ser o que quiser". Mas não é assim que as coisas funcionam, vcs devem saber. O Ensino Médio terminou e eu não tinha idéia do que eu queria fazer. Eu gostava de um monte de coisas, e era boa em outras, e isso me levou 3 anos pra escolher estudar Turismo, que foi a área em que me encaixei por gostar de viajar, idiomas, culturas e pessoas. Hoje não me vejo na área. Aí olho pros meus amigos, pras pessoas que estudaram comigo e nossa, todo mundo fazendo alguma coisa, correndo atrás, sabe. E cá estou eu, a tão promissora Bela, com 25 anos já, graduada em Turismo mas sem saber se quer mesmo exercer a profissão, e cuidando de criança nos Estados Unidos por 2 anos. Sei lá, sabe. Não sei onde vou chegar desse jeito. Minha confiança em mim, no meu potencial hj é quase nenhuma. Me pergunto onde foi parar, por onde vazou. Onde foi que perdi a memória de elefante que eu tinha, e o interesse pela VIDA que explodia dentro de mim. Definitivamente não estou satisfeita com o que me tornei. Parece o oposto do que eu era. Comecei tão bem...
A única coisa que eu tenho certeza, hoje, que eu não quero, que me desculpem os patriotas, é morar no Brasil. Amo o país, minha cultura, amo a minha família, mas não pertenço, nunca pertenci. Quem me conhece, sabe.
Às vezes eu penso que não deveria postar sobre isso aqui e guardar pra mim, mas esse é o meu blog, cantinho que eu escolhi pra escrever sobre mim, sobre a minha vida. Me faz bem escrever, então eu acho que tenho o direito, né?
---
Ainda tem tempo de mudar, né? Espero. Mas por onde eu começo?
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Queria tanto fazer desse blog uma coisa mais frequente...
Enfim.
Desde que voltei do Brasil, em meiados de Julho, todo final de semana eu tenho algo pra fazer. Não fico em casa e dou chance ao tédio, porque no segundo ano se vc deixar, o tédio se faz presente quando menos se espera. Sem sentir, tô meio 'Yes Man' do Jim Carrey, o que é ótimo. Os finais de semana tem sido tão bons *faz figa contra o mal-olhado*, mas tão bons *duas vezes*, que chega domingo bate aquela depressão pré-segunda. Um saco.
Eu costumava sair bastante com os Bullock-Chan, mas no Verão eles praticamente só vão a praia, já que está muito quente pra fazer trilha ou qualquer outra atividade ao ar livre que eles gostem.
Não tô dizendo isso pra me gabar, mas sim pra deixar registrado aqui que estou tentando aproveitar ao máximo o meu ano aqui. Tenho feito muitos planos pra esse ano, planos esses que nem sei se vão caber no meu humilde budget, mas vou tentar mesmo assim.
Vim pra escrever algo totalmente diferente disso, mas não tô aguentando. Tô dormindo aqui na frente do computador.
Mas antes que eu me esqueça, eu tenho entrado bem mais no mar, inclusive tentado algumas manobras de boogie boarding (pegando espuminha!), mas isso porque o mar tem estado supimpa, tão supimpa que Pocahontas, 7 anos de idade e franzina, entra comigo sem problemas. Tem feito dias lindos de sol aqui. Duh, aí vc pergunta "mas claro, quando que chove nessa terra?". Num chove, fofa. Mas não é sempre que fica quente o suficiente (= sem brisa) pra vc se molhar e não sentir frio depois de um certo tempo.
E é isso.
(tá meio sem sentido, mas a essa altura meu cérebro tá half off já. Volto pra editar)
Edit: Não volto não.