A Visitante alemã:
O início do meu ano aqui na América não foi muito fácil. Ao contrário de muitas meninas, meu início foi tudo menos flores. Um dos motivos foi o fato de eu perceber o quanto eles sentiam falta da au pair anterior, aquela que chamo carinhosamente de: A Visitante. Infantilidade pra muitos, ciúme, como queiram chamar. Mas prazer, meu nome é Bela e embora eu não me orgulhe de algumas das minhas características, essa sou eu.
Até quase o meio dessa experiência, eu criei uma certa implicância em relação a ela. Por quê? Bob parou de dormir na cama dele quando ela foi embora, acordava várias vezes durante a noite. Mas esse pelo menos nem falava no nome da ditacuja. Só meses depois ele começou a mencionar ela, contando fatos aqui e ali. Já Pocahontas, essa era o meu maior problema. Vivia comparando nós duas. Era um tal de perguntar por que eu não falava inglês tão bem quanto a outra (grrrr...), por que eles não podiam fazer isso ou aquilo já que a outra deixava, o quanto ela amava a alemã e sabia o hino da Alemanha by heart -.-' Jackie e Sandra, era fácil de notar no início o quanto sentiam falta dela também. Mesmo "sem querer" eles faziam uma ou outra coisa que insinuava (ao meu ver) que a outra fazia melhor. Sem contar que ela passou de primeira na prova de direção onde supostamente era o lugar mais difícil de passar, e eu só passei na terceira -.-'' Falavam com ela ao telefone quase todo final de semana! No início eu até participava, depois eu passei a me retirar já que não tinha nada pra acrescentar.
Nessa época onde minha antipatia só crescia, no auge da minha infantilidade, fiz de tudo pra planta que ela deixou aqui morrer...rs. Eu sei que o tempo passou e eu fui trabalhando isso dentro de mim porque vamu combiná, o lema aqui é progresso. Quando eu me vi tentando salvar a planta que quase morta já estava (sem folha alguma a bicha), percebi que meu sentimento com relação a ela tinha mudado, e resolvi mandar um email. A essa altura eu já sabia que ela estaria vindo, só não sabia quando exatamente.
Depois desse e-mail devo ter mandado mais uns dois, com fotos das crias e tudo. Pensei até em encontrá-la em Chicago, quando eu já sabia o roteiro dela na América, e fazer parte do passeio com ela. Infelizmento eu não tinha $$ suficiente, e não fui. Mas por algum motivo desconhecido, eu estava bem animada pra chegada dela. Não só eu. As crianças SÓ falavam disso na semana anterior. Pocahontas chegou a soltar a pérola "semana que vem terei uma aula de piano maravilhosa - risada de deboche - pq fulana estará aqui e ela toca flauta, conhece música e vc não sabe NADA". Minha vontade foi mandar ela pra pqp três gordas vezes. É criança? É, mas já sabe o que machuca e o que não machuca. Se não soubesse não vinha choramingando da escola as vezes reclamando de certos comentários proferidos por supostos coleguinhas. Pior, tinha sido o dia em que eu fui buscá-la toda contentinha, tinha comprado picolé na saída da escola e estava toda solidária com os problemas dela, e depois disso tudo ela vem e me manda uma dessa. Chorei de raivaaa. Vontade de arrumar minhas coisas e picar a mula, porque cá entre nós, eu dou o melhor de mim aqui, vivo preocupada com a opinião deles, com o bem estar de todos pra depois ser tratada desse jeito. Meus pais estão certos quando dizem que vim aqui pra fazer o que tenho que fazer mas também viver a minha vida, não pra ser a melhor Au Pair do mundo. As vezes eu esqueço disso.
Pra resumir e não deixar ninguém dormir com a descrição dos meus dias e pensamentos enquanto a visitante estava aqui, posso dizer que foram duas semanas ÓTIMAS em que as crianças me trararam super bem, assim como a família que nos primeiros dias ficaram preocupados se eu estava me sentindo confortável com a presença dela. Pocahontas, pra minha supresa, fez questão que eu estivesse sempre presente em todas as atividades. Trabalhei bastante, mas foram dias muito agradáveis e acredite se quiser, se ela fosse au pair aqui na região, com certeza ela seria a minha amiga mais próxima. Nos demos SUPER bem, temos muita coisa em comum. Aprendi muito com ela também. Aliás, isso é um dos aspectos da minha personalidade do qual acredito ser uma das minhas maiores qualidades. Eu sempre busco aprender alguma coisa com as pessoas que eu conheço, seja com os defeitos ou com as qualidades. Tem sempre alguma coisa que te faz repensar reações ou situações da sua vida.
O engraçado foi ver como as pessoas acham que somos related de alguma forma. Isso foi engraçado e estranho, já que fisícamente não somos tão parecidas assim. Aliás, nem eu nem ela nos achamos parecidas a ponto de pensarem que somos irmães, primas, mas não só uma, mas quatro ou cinco pessoas em lugares completamente diferentes.
Chorei quando me despedi dela e senti falta de ter uma amiga por perto na semana que ela voltou pra Alemanha. Ou eu me apego as pessoas rápido demais, ou eu realmente fiz uma amiga alemã. Fico com a segunda opção. Como a vida dá voltas, não?
O pianista:
Por via das dúvidas, mas já sabendo que não seria lá grande coisa devido a minha intuição aguçada, fiquei toda bonitinha pro tal jantar já que a primeira parte seria aqui. Não ia comer, mas ia recepcionar por pelo menos 1 hora os vizinhos aqui enquanto eles desfrutassem do pianista e sua música.
A visitante estava aqui, e também não ficou atrás. Deu 5:30 estava penteando cabelo, colocando uma make up básica, essas coisas. Não muito depois disso alguém bateu na porta da sala. Devo confessar que fiquei com medo de olhar, mas olhei e minhas expectativas estavam certas. Não era o monstro do Lago Ness, mas também estava longe de ser um Patrick Fugit.
Chegou tímido, continuou mudo, sentou no piano e começou a tocar. Melodia conhecida, pensei. Cochichei com Pocahontas e conhecia a versão em português da música. Tão familiar! Acabei dançando com os cotocos na sala enquanto ele tocava. Mais tarde, depois que o povo foi todo pra casa ao lado pra jantar, tive oportunidade de bater papo com ele e claaaaaaaaro que eu conhecia a música. Era Bossa Nova!!!! Ele ama Bossa Nova, AMA. Tocou várias, inclusive o hino Garota de Ipanema, rs.
A noite transcorreu tranquila. Eu aceitando o fato de que estava certa mais uma vez, e ele sentadinho na mesa jantando com as kids, vestindo um suéter com calça social e sapato social, tudo bem bege. Conversamos um pouquinho aqui, um pouquinho ali, vimos o desenho dos Smurfs e bem depois disso Bob vira para o pianista e solta a frase "now I think you should go home", LMAO! Ri demais. Minutos depois ele mudou de idéia quando a irmã disse que queria brincar de "baby", pois disse "you can be the daddy!". HAUHAUAHUAHUAAUHAU RI HORRORES. "Baby" é quando a gente brinca de casinha. As vezes um deles é o bebê, mas de vez em quando usamos as bonecas. Foi hilário! 10 minutos depois ele foi embora.
Uma semana depois, a visitante já em solo alemão, eu com a host familia no Disney Concert Hall, Sandra me dá um susto olhando pra mim com os olhos arregalados (essa palavra sempre me soa estranha...). Tinha acabado de se lembrar que o pianista tinha mandado um pacote pra mim que estava na bolsa dela desde segunda. Era um cd de Bossa Nova que ele gravou pra mim.
Agradeci por email 3 semanas depois >.< (procrastinator mor) Que foi respondido na manhã seguinte. Ainda não respondi de volta, though. Que fique bem claro que eu não tenho intenções algumas com o talentoso pianista. Tô é de olho num pão com bastante açúcar e creme que eu vejo de vez em quando numa padaria aqui perto, mas tá cheio de abelha em cima. O engraçado é ver que entra dia, sai dia e o pão, tão apetitoso, continua lá na pratileira. Estranho, né?
Enfim, boa noite! Vou dormir pq tive um dia de cólica braba, mas Deus é bom e isso aconteceu num dia em que a mãe de Sandra estava aqui. Amo essa coroa, pqp. Minha ídola!
Bju e fui ;*
domingo, 29 de março de 2009
Resumão Visitante & Pianista
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8 comentários:
Valha pq o esse post do pianista e da visitante da antes d outro se eu tenho certeza se o outro foi pstado primeiro? Ou eu to ficando louca ja?
Entao....E desisti de tentar ser a melhor au pair do mundo, prefiro tentar ser a MAIS FELIZ do mundo, achu que e mais facil! hehehehehh
Essa situacao com a alema ja aconteceu comigo, em caminho diferente, la no Brasil mesmo com uma ex cunhada. Hj somos melhores amigas hehehh...Como eu sou a primeira au pair da casa, nao tive problemas em "fazer-as-criancas-se-adaptarem-a-mim"...mas achu que a prox nanny vai ter problemas mesmo que as minhas kids nao se lembrem mais de mim depois de 1 ou 2 meses
:(
OBS: E o MOE?
Bjuuu ;)
Bela, vocÊ vai me perdoar... mas quando eu vi a foto sem ler o post eu pensei que fosse a sua irmã!
Que bom que você teve uma boa experiÊncia com ela, eu até hoje estou no dilema de visitar a minha ex host family...
Beijos e fica com Deus!
dona isabela, dona isabela, ve se aproveita menina e olha essa boca
bjuuuu
kkkkkkkkkkkkkk..e eu quero ser a housekeeper nessa historia ae...hahahahaha
como vc esta amiga?
bju
olha, eu to rindo até agora das abelhas em cima do pao!
HAUHAUHAUAHUAHUAHUAHAUHAUHAUH
HAUHAUAHUAHUAHAUHAUHAUHAUHAUHA
mAS fazer oq, isso sempre acontece né. SEI COMO É............RSSSSSSSSSS
e é claro q ela ia gostar de vc a ponto de ficarem amigas. nao sei como vc chegou a ter alguma duvida disso, ou chegou a imaginar q teria problemas com ela.
quem nao gosta de vc, Bells?? rs
btw, vcs se parecem de rosto sim, pelo menos nessa foto.
;*******
Que bom que vc colocou foto!! Amei!! Quantos anos tem a Pocahontas? Fico imaginando a guria como filha do demo. Queria ver umas fotos da family pra pôr rostos na minha imaginação, haha! Seu blog não pára de ser bom! Atualiza mais! :)
Eu achei vocês parecidas!!!! LMAO
Li tudo... Adorei, as usual.
Beijos, sis...
Dani ;*
fiquei com no na garganta com seu post,amiga...
entendi tudinho que vc disse...aiiii que complicacao!
que bom que no fim tudo ficou bem depois com a alema. tenho certeza que alguma coisa de positivo saiu disso tudo.
love you love you love you
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