domingo, 29 de março de 2009

Resumão Visitante & Pianista

A Visitante alemã:

O início do meu ano aqui na América não foi muito fácil. Ao contrário de muitas meninas, meu início foi tudo menos flores. Um dos motivos foi o fato de eu perceber o quanto eles sentiam falta da au pair anterior, aquela que chamo carinhosamente de: A Visitante. Infantilidade pra muitos, ciúme, como queiram chamar. Mas prazer, meu nome é Bela e embora eu não me orgulhe de algumas das minhas características, essa sou eu.

Até quase o meio dessa experiência, eu criei uma certa implicância em relação a ela. Por quê? Bob parou de dormir na cama dele quando ela foi embora, acordava várias vezes durante a noite. Mas esse pelo menos nem falava no nome da ditacuja. Só meses depois ele começou a mencionar ela, contando fatos aqui e ali. Já Pocahontas, essa era o meu maior problema. Vivia comparando nós duas. Era um tal de perguntar por que eu não falava inglês tão bem quanto a outra (grrrr...), por que eles não podiam fazer isso ou aquilo já que a outra deixava, o quanto ela amava a alemã e sabia o hino da Alemanha by heart -.-' Jackie e Sandra, era fácil de notar no início o quanto sentiam falta dela também. Mesmo "sem querer" eles faziam uma ou outra coisa que insinuava (ao meu ver) que a outra fazia melhor. Sem contar que ela passou de primeira na prova de direção onde supostamente era o lugar mais difícil de passar, e eu só passei na terceira -.-'' Falavam com ela ao telefone quase todo final de semana! No início eu até participava, depois eu passei a me retirar já que não tinha nada pra acrescentar.

Nessa época onde minha antipatia só crescia, no auge da minha infantilidade, fiz de tudo pra planta que ela deixou aqui morrer...rs. Eu sei que o tempo passou e eu fui trabalhando isso dentro de mim porque vamu combiná, o lema aqui é progresso. Quando eu me vi tentando salvar a planta que quase morta já estava (sem folha alguma a bicha), percebi que meu sentimento com relação a ela tinha mudado, e resolvi mandar um email. A essa altura eu já sabia que ela estaria vindo, só não sabia quando exatamente.

Depois desse e-mail devo ter mandado mais uns dois, com fotos das crias e tudo. Pensei até em encontrá-la em Chicago, quando eu já sabia o roteiro dela na América, e fazer parte do passeio com ela. Infelizmento eu não tinha $$ suficiente, e não fui. Mas por algum motivo desconhecido, eu estava bem animada pra chegada dela. Não só eu. As crianças SÓ falavam disso na semana anterior. Pocahontas chegou a soltar a pérola "semana que vem terei uma aula de piano maravilhosa - risada de deboche - pq fulana estará aqui e ela toca flauta, conhece música e vc não sabe NADA". Minha vontade foi mandar ela pra pqp três gordas vezes. É criança? É, mas já sabe o que machuca e o que não machuca. Se não soubesse não vinha choramingando da escola as vezes reclamando de certos comentários proferidos por supostos coleguinhas. Pior, tinha sido o dia em que eu fui buscá-la toda contentinha, tinha comprado picolé na saída da escola e estava toda solidária com os problemas dela, e depois disso tudo ela vem e me manda uma dessa. Chorei de raivaaa. Vontade de arrumar minhas coisas e picar a mula, porque cá entre nós, eu dou o melhor de mim aqui, vivo preocupada com a opinião deles, com o bem estar de todos pra depois ser tratada desse jeito. Meus pais estão certos quando dizem que vim aqui pra fazer o que tenho que fazer mas também viver a minha vida, não pra ser a melhor Au Pair do mundo. As vezes eu esqueço disso.

Pra resumir e não deixar ninguém dormir com a descrição dos meus dias e pensamentos enquanto a visitante estava aqui, posso dizer que foram duas semanas ÓTIMAS em que as crianças me trararam super bem, assim como a família que nos primeiros dias ficaram preocupados se eu estava me sentindo confortável com a presença dela. Pocahontas, pra minha supresa, fez questão que eu estivesse sempre presente em todas as atividades. Trabalhei bastante, mas foram dias muito agradáveis e acredite se quiser, se ela fosse au pair aqui na região, com certeza ela seria a minha amiga mais próxima. Nos demos SUPER bem, temos muita coisa em comum. Aprendi muito com ela também. Aliás, isso é um dos aspectos da minha personalidade do qual acredito ser uma das minhas maiores qualidades. Eu sempre busco aprender alguma coisa com as pessoas que eu conheço, seja com os defeitos ou com as qualidades. Tem sempre alguma coisa que te faz repensar reações ou situações da sua vida.

O engraçado foi ver como as pessoas acham que somos related de alguma forma. Isso foi engraçado e estranho, já que fisícamente não somos tão parecidas assim. Aliás, nem eu nem ela nos achamos parecidas a ponto de pensarem que somos irmães, primas, mas não só uma, mas quatro ou cinco pessoas em lugares completamente diferentes.



Chorei quando me despedi dela e senti falta de ter uma amiga por perto na semana que ela voltou pra Alemanha. Ou eu me apego as pessoas rápido demais, ou eu realmente fiz uma amiga alemã. Fico com a segunda opção. Como a vida dá voltas, não?


O pianista:

Por via das dúvidas, mas já sabendo que não seria lá grande coisa devido a minha intuição aguçada, fiquei toda bonitinha pro tal jantar já que a primeira parte seria aqui. Não ia comer, mas ia recepcionar por pelo menos 1 hora os vizinhos aqui enquanto eles desfrutassem do pianista e sua música.

A visitante estava aqui, e também não ficou atrás. Deu 5:30 estava penteando cabelo, colocando uma make up básica, essas coisas. Não muito depois disso alguém bateu na porta da sala. Devo confessar que fiquei com medo de olhar, mas olhei e minhas expectativas estavam certas. Não era o monstro do Lago Ness, mas também estava longe de ser um Patrick Fugit.

Chegou tímido, continuou mudo, sentou no piano e começou a tocar. Melodia conhecida, pensei. Cochichei com Pocahontas e conhecia a versão em português da música. Tão familiar! Acabei dançando com os cotocos na sala enquanto ele tocava. Mais tarde, depois que o povo foi todo pra casa ao lado pra jantar, tive oportunidade de bater papo com ele e claaaaaaaaro que eu conhecia a música. Era Bossa Nova!!!! Ele ama Bossa Nova, AMA. Tocou várias, inclusive o hino Garota de Ipanema, rs.

A noite transcorreu tranquila. Eu aceitando o fato de que estava certa mais uma vez, e ele sentadinho na mesa jantando com as kids, vestindo um suéter com calça social e sapato social, tudo bem bege. Conversamos um pouquinho aqui, um pouquinho ali, vimos o desenho dos Smurfs e bem depois disso Bob vira para o pianista e solta a frase "now I think you should go home", LMAO! Ri demais. Minutos depois ele mudou de idéia quando a irmã disse que queria brincar de "baby", pois disse "you can be the daddy!". HAUHAUAHUAHUAAUHAU RI HORRORES. "Baby" é quando a gente brinca de casinha. As vezes um deles é o bebê, mas de vez em quando usamos as bonecas. Foi hilário! 10 minutos depois ele foi embora.

Uma semana depois, a visitante já em solo alemão, eu com a host familia no Disney Concert Hall, Sandra me dá um susto olhando pra mim com os olhos arregalados (essa palavra sempre me soa estranha...). Tinha acabado de se lembrar que o pianista tinha mandado um pacote pra mim que estava na bolsa dela desde segunda. Era um cd de Bossa Nova que ele gravou pra mim.

Agradeci por email 3 semanas depois >.< (procrastinator mor) Que foi respondido na manhã seguinte. Ainda não respondi de volta, though. Que fique bem claro que eu não tenho intenções algumas com o talentoso pianista. Tô é de olho num pão com bastante açúcar e creme que eu vejo de vez em quando numa padaria aqui perto, mas tá cheio de abelha em cima. O engraçado é ver que entra dia, sai dia e o pão, tão apetitoso, continua lá na pratileira. Estranho, né?

Enfim, boa noite! Vou dormir pq tive um dia de cólica braba, mas Deus é bom e isso aconteceu num dia em que a mãe de Sandra estava aqui. Amo essa coroa, pqp. Minha ídola!

Bju e fui ;*

quinta-feira, 19 de março de 2009

Quer apostar?

Já deve fazer mais de um mês que Sandra Bullock menciona displicentemente um cara que trabalha com ela e toca piano. Segundo a mesma, ele adoraria vir praticar um pouquinho aqui em casa (?!) um dia desses. Ele está participando de uma espécie de "concurso", e caso ele seja escolhido o melhor, irá tocar com a orquestra de Los Angeles. Pois eis que duas semanas atrás Sandra anuncia a bela idéia que teve: Sábado, antes do jantar que fará com alguns dos vizinhos, tal pessoa virá aqui para tocar alguma coisa para os convidados. Jackie, intrigado, não entende o porquê do ser vir assim, sábado, só pra isso. Nisso, Sandra me solta a pérola "ele quer vir, acredite. Com a Bela e sósia* dela aqui sábado a noite, ele vai estar muito bem. Acredite. Ele quer vir" - com direito aquele smirk safado no canto da boca. 22 anos, toca piano, trabalha com Sandra que é crânio puro (cientista, sem kaô). Quer apostar quanto que é um daqueles nerds (Jackie que não leia isso) muito do esquisito que não pega ninguém faz séculos? (não que eu possa ficar me gabando no quesito pegação...) Por enquanto não tenho planos para sábado a noite e não tô visando ficar de babysitter, mas vamo' ver no que dá.

Quando voltar, volto com a resposta pra essa aposta e o resumo dessas duas últimas semanas com a visitante.

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Tive um dia bizarro hj. Pra não esticar muito que tá tarde, segue os principais fatos: Fiz waffle com gosto de veneno, um rombo no tapete do banheiro(com a melhor das intenções - coloquei pra lavar na máquina), ganhei um novo roxo no joelho (como se já não tivesse suficiente) depois de tentar dar um flip na barra de um desses play structures pra criança, entre outros.

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*já perdi a conta de quantas pessoas perguntaram se eu e a visitante somos irmãs.

segunda-feira, 9 de março de 2009

A Visitante

Ontem recebemos uma curiosa visitante aqui na casa dos Bullock-Chan. A au pair anterior a mim aqui nessa família acabou de chegar ontem pra passar as férias dela da faculdade aqui. Duas semanas inteiras. É a primeira vez que a gente se encontra já que ela deixou a casa na manhã do dia que eu cheguei.

Alguém tem algum palpite de como vai ser esse período? Façam suas apostas. Venho fazer o balanço assim que acabar.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Conselho

Você futura au pair, colega de trabalho, preste atenção. Vc que ainda tem essa oportunidade, se puder opte por família com bebês, até 2 pra 3 anos tá bom. Dá trabalho e muito, mas pelo menos não falam coisas que vão te machucar.

Vai por mim.

Antes trabalhar feito uma corna do que ouvir coisas que vão fazer vc se sentir a mosca do cocô do Fernandinho Beira Mar.

P.s. 'Brigada pelas dicas pra tosse! Vou usar tudo moderadamente, rs. Mas na verdade (finalmente) já está melhorando. Tô quase boa (espero!). 'Brigada!

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Priscila: Como eu nao consigo acessar o seu blog, vou responder por aqui. Vim pela STB sim, mas faz uns 7 meses quase. Na época demorei muito pra ficar online. Vc pode dar uma olhada aqui nos meus arquivos. Mas tb quando fiquei, choveu família. Isso tem a ver com vários fatores como horas de experiência(eu não tinha muitas!), há quanto tempo vc dirige(nem 1 ano, mas quase isso), a sua carta bem escrita, a fotocolagem tb pq é um marketing pessoal assim como a sua carta e é isso que eu consigo pensar agora. Mas tb naquela época a crise econômica não tinha tido tantos efeitos aqui ainda, e acredito que tinha menos meninas inscritas. Não sei qual por ser o problema. De que estado vc é?

segunda-feira, 2 de março de 2009

Alguém sabe?

Quanto custa checar a voice mail? Devo ter ligado umas trocentas vezes só hj pra lá. Não consigo entender toda a msg que me deixaram. P*TA QUE PARIU!

*agora tô me sentindo melhor :)*

Me pergunto se isso aparece na conta que minha host family paga.............espero que não.